Maurício Mattar sonha ter programa na grade da Record.
Ator está em Dona Xepa, interpretando o empresário Júlio.
Maurício Mattar volta as novelas na pele Júlio Cézar Pantaleão. |
Maurício Mattar se acostumou a estabelecer prioridades ao longo de seus
35 anos de carreira. Por isso mesmo, não se surpreende que tenha ficado
seis anos longe das novelas até voltar ao ar na pele do ricaço Júlio
Pantaleão, de Dona Xepa. Depois de estrear no teatro ainda adolescente e construir uma
trajetória digna de galã, Mattar arriscou o posto em troca do
sonho de ser cantor. E hoje, aos 49 anos, não esconde que tem outros
planos para seu futuro na televisão.
"Quero alçar voos maiores. Já tenho conversas com a Record para a produção de um especial de fim de ano e,
quem sabe, conquistar uma vaga na grade da emissora em breve. Tenho
vontade de misturar música e entretenimento em
um programa", avisa.
Por enquanto, Maurício quer se dedicar exclusivamente à novela. Na adaptação de Gustavo Reiz, Júlio é um empresário de sucesso que, no decorrer dos capítulos, enfrentará um grave problema de saúde. A partir daí, promoverá uma mudança em sua rotina e também na da esposa, a deslumbrada Meg, vivida por Luiza Thomé.
Maurício Mattar, ator da Rede Record. |
Por enquanto, Maurício quer se dedicar exclusivamente à novela. Na adaptação de Gustavo Reiz, Júlio é um empresário de sucesso que, no decorrer dos capítulos, enfrentará um grave problema de saúde. A partir daí, promoverá uma mudança em sua rotina e também na da esposa, a deslumbrada Meg, vivida por Luiza Thomé.
"Estou muito empolgado com esse trabalho. Além de ser uma volta ao ar,
trata-se de um clássico na dramaturgia nacional", avalia ele, cujo
último personagem na tevê foi um delegado na série Na Forma da Lei, da
Globo, em 2010.
Maurício Mattar já se prepara. Quando Dona Xepa acabar, quer voltar com força total à carreira de cantor. Tanto que já tem um álbum gravado, pronto para ser lançado. Mas, como não tem certeza se a novela da Record ficará no ar apenas por 96 capítulos, como a emissora planeja, prefere não agendar qualquer data para esse lançamento.
"Por ser uma obra aberta e pela qualidade que tenho visto, não vou me
surpreender se decidirem esticar. E não quero estar comprometido com uma
novela quando for trabalhar esse CD", avalia.
O disco conta com 18 msicas, sendo três delas inéditas e as outras, sucessos da carreira iniciada em 1991.
Confira a entrevista que Mattar deu ao site O Fuxico:
O Fuxico: Você já deixou claro que tem interesse em uma carreira de apresentador na Record. Que programa pensa em fazer?
Maurício Mattar: Ainda estamos formatando a ideia.
Mas, inicialmente, seria um especial nos mesmos moldes do que eu tive em
1999, quando fiz minha primeira novela na Record, Louca Paixão. Naquela
época, convidei a Elba Ramalho, Dominguinhos, Paulinho Moska, Toquinho,
Belo... Foi um programa com participações musicais que considero
brilhantes. Eu queria algo nesse gênero, mas ainda não sentamos para
definir o que exatamente seria. Precisamos amadurecer isso.
OF: Agora, com a novela, você combinou algum esquema diferente com a Record para dar continuidade à carreira de cantor?
MM: Cantar e compor são prazeres que eu tenho como
artista. Mas consigo estabelecer uma relação muito saudável entre a
música e a interpretação. As duas atividades andam juntas, mas uma
sempre respeita a outra. Então, enquanto estou em Dona Xepa, gravo
normalmente de segunda a sábado. Para fazer shows, é preciso se
ausentar. E, agora, com a novela no ar, não tenho condições de viajar e
prejudicar a equipe. Até posso fazer uma ou outra apresentação, mas
fechadas, em eventos corporativos.
OF: Você não fazia uma novela desde 2007, quando finalizou O Profeta. Sentia falta de atuar em um folhetim?
Maurício Mattar e Karina Barum em Louca Paixão (1999). |
MM: Eu estava com muita saudade de atuar. Quando a
Record me procurou, fiquei bem contente com a possibilidade de voltar.
Dona Xepa é um marco da dramaturgia nacional, tanto na tevê quanto no
teatro. E já trabalhei com Ivan (Zettel, diretor-geral), é bom
reencontrá-lo depois de anos. Fizemos juntos A Padroeira, na Globo, em
uma época em que o Walter Avancini ainda estava vivo. Ele morreu durante
esse trabalho. Voltar a ter esse contato com o Ivan está sendo
proveitoso demais para mim.
OF: Mas você mal voltou a fazer novelas e já pensa em
emplacar uma carreira de apresentador. Hoje, essa vontade é maior do que
a de ser ator?
MM: Atuar é uma realidade que vai estar em mim ao
longo de toda a minha vida. Faço isso há mais de 30 anos, comecei em
1978 e é um talento que está muito forte dentro de mim. Mas também quero
encontrar outros desafios como artista. O Rodrigo Faro exerce a função
de ator no programa dele e faz um sucesso estrondoso. Minha vontade
agora é alçar voos maiores. De que forma, na verdade, eu ainda nem sei.
Mas quero me inspirar em algo mais para transitar em outras áreas
artísticas.
OF: Quando você assinou com a Record para fazer Dona
Xepa, sinalizou de cara que sua intenção era migrar para a área de
entretenimento?
MM: Quando eu cheguei na Record, foi com esse intuito.
Era para me reunir sobre isso. É um desejo meu, já conversei com a casa
e eles se mostraram interessados em amadurecer essa ideia. Acho que
qualquer emissora tem espaço para uma ideia legal de programa. Eu até
tenho um projeto na cabeça, mas isso tudo vai ser mudado. São diversas
cabeças pensando juntas e isso sempre faz com que muitas mudanças sejam
feitas em cima da ideia original.
OF: Você citou o Rodrigo Faro. Mas, para se dedicar à
carreira de apresentador, ele deixou de lado tanto a de ator exceto por
pequenas participações em folhetins da Record – quanto a de cantor. Esse
é um sacrifício que você estaria disposto a fazer para se dedicar a um
programa?
MM: A gente não pode só sonhar, desejar uma coisa. É
preciso também ter uma noção concreta daquilo que deseja. Claro que, se
eu puder, vou querer ter um espaço onde possa misturar as áreas que eu
domino. O Rodrigo, na verdade, ainda como ator, já tinha deixado a
carreira de cantor um pouco de lado. Quando ele foi para o programa
dele, é claro que a atuação teve de diminuir. Mas ele atua ali também. O
Rodrigo conquistou um espaço onde consegue mostrar mil talentos. Outro
dia, ele esteve em um evento importante da Record e se apresentou como
cantor. Sacrifícios a gente faz o tempo todo. Agora, estou sacrificando a
música para atuar. Depois, para me concentrar na música, devo ter de
sacrificar a parte da atuação. Tudo tem de acontecer no tempo e na forma
certa para não meter os pés pelas mãos.
OF: Quando você se lançou como cantor, também foi,
gradativamente, diminuindo suas aparições como ator na tevê. Hoje, se
arrepende de ter feito isso?
MM: Na época, o impacto de shows e de agenda em
programas de tevê foi muito forte. Tive de me dedicar para valer ou não
conseguiria cumprir todos os compromissos. Acabei ficando um pouco menos
atuante como ator, é verdade, mas eu tinha de fazer isso. Não dava para
ser diferente. Havia uma equipe de 26 profissionais comigo, sendo 11
músicos no palco. Fora a equipe técnica, produção, empresário, enfim,
eram seres humanos trabalhando e precisando daquilo tanto quanto eu. Foi
uma época de trabalho forte, com muitas músicas que eram temas de
trilhas de novelas e que tinham apelo nas rádios. Eu fazia shows de
quarta a domingo, viajava na quarta e só voltava para casa na segunda.
OF: Hoje, em função da música, é mais difícil estabelecer um vínculo longo como ator em uma emissora?
MM: Não rolou essa conversa na Record. Não acho que
poderia me prejudicar, até porque imagino que daria para eu conciliar
com outras coisas na minha carreira. Quando você termina uma novela, por
exemplo, normalmente tem um período de descanso bom. Mas não me
incomoda não ter um contrato. Como atuo em diversas áreas, posso me
beneficiar de ambas as situações.
OF: Você se prepara para, em 2014, fazer 50 anos. Como lida com a passagem de tempo?
MM: Lido bem, de verdade. Eu sei que tem um monte de
gente que dá uma pirada, mas quanto mais maduro, melhor me sinto. A
experiência e a precisão na interpretação só melhora com o passar do
tempo. O homem tem a vantagem de ficar charmoso com cabelos grisalhos. E
o assédio continua o mesmo. E não só das mulheres, mas do público em
geral. Acho que para os homens é mais fácil não só conviver com essa
passagem, mas também aprender a tirar proveito dela.
Informações O Fuxico.
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